quinta-feira, 17 de agosto de 2017

KHUNTO confirma que vai estar no próximo Governo timorense com Fretilin e PLP

Díli, 17 ago (Lusa) - O KHUNTO, quinto partido mais votado nas legislativas de julho em Timor-Leste, confirmou hoje estar pronto a juntar-se à Fretilin e ao PLP na coligação governamental, cuja composição deverá ser anunciada na próxima semana.

"O KHUNTO esta pronto para fazer coligação e na próxima semana concretizaremos a coligação. Vamos explicar a decisão aos nossos militantes numa reunião no domingo", disse aos jornalistas José dos Santos Naimori Bukar, fundador do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

Naimori Bukar falava depois de uma reunião de cerca de 70 minutos de delegações da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).

O encontro permitiu confirmar o modelo de coligação para o executivo que, na quarta-feira, já tinha também sido apoiado pelo Partido Libertação Popular (PLP), terceiro mais votado a 22 de julho.


José Turquel, conselheiro nacional do KHUNTO, disse à Lusa que as decisões sobre a composição do executivo serão tomadas na próxima semana, considerando haver muitos paralelismos nos objetivos de governo.

"O KHUNTO quer estabilidade governativa, estabilidade nacional, paz, desenvolvimento. São chave, indiscutíveis e nessas vertentes o partido KHUNTO partilha dos mesmos objetivos. Não temos diferenças grandes e há por isso um ponto de partida para concretizar esses objetivos", disse.

Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, confirmou que a coligação será a três, com o PLP e com o KHUNTO, apesar das reuniões ainda previstas na sexta-feira com o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e o Partido Democrático (PD).

"Os três aceitaram a coligação. O CNRT mantém a sua posição de oposição construtiva. Queremos fazer do Parlamento um fórum de concertação e não de confrontação. Com o PD vamos conversar sobre o que vai fazer", disse.

"Primeiro temos que ver quantos membros do Governo e depois a distribuição. Tenho dito a todos que quero um Governo pequeno", frisou.

Alkatiri confirmou que a Fretilin ainda não decidiu quem será o primeiro-ministro e confirmou preferir que os três partidos da coligação levem ao chefe de Estado o nome do próximo chefe do Governo.

"Preferira que sim, ainda que constitucionalmente não seja necessário. Mas se estamos todos no barco, devemos andar juntos. Se o barco se afundar vamos todos, se não, vamos fazer uma viagem de cinco anos", afirmou.

Como tarefas principais para o próximo Governo, Mari Alkatiri disse que vão assentar sobre os "seis Hs", nomeadamente 'hadia' (corrigir), 'harii' (construir), 'hametin' (florescer, no sentido de desenvolver e progredir), 'habelar' (expandir) e 'hamos kkn' (limpar a corrupção, conluio e nepotismo).

Tanto o PLP como o KHUNTO são estreantes no Parlamento Nacional - onde a tomada de posse dos novos 65 deputados eleitos está prevista para segunda-feira - e deverão ambos contribuir com alguns elementos para o elenco governativo.

Na próxima terça-feira uma delegação com os líderes das três forças políticas deverá reunir-se com o chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo, para apresentar o nome do primeiro-ministro. Atualmente, Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, é o mais apoiado.

Depois disso será formado o VII Governo constitucional.

No encontro de hoje, Alkatiri liderou a delegação da Fretilin, da qual fizeram ainda parte o secretário-geral adjunto, José Reis, o vice-presidente, Francisco Branco, a secretária-geral da organização da mulher do partido, Merita Alves, e o segundo adjunto, Flávio Silva, entre outros.

A delegação do KHUNTO foi liderada pela presidente do partido, Armanda Berta dos Santos e incluía, entre outros, o secretário-geral, José Agostinho da Silva, o conselheiro e fundador José Dos Santos Naimori Bukar e o conselheiro nacional José Turquel.

ASP // EJ | Foto TATOLI

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